O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou planos para combater a circulação de notícias falsas na rede social.
  O Facebook foi alvo de polêmica após a eleição de Donald Trump para a 
presidência dos Estados Unidos, quando usuários, pesquisadores e 
colunistas de jornais americanos afirmaram que notícias falsas sobre os 
candidatos podem ter influenciado a escolha dos eleitores.
 Os críticos afirmam ainda que a empresa não toma providências 
suficientes para impedir que grupos políticos espalhem boatos na rede.
 Na noite do último sábado, Zuckerberg disse, novamente em uma 
publicação em seu perfil na rede social, que a empresa "trabalha com 
esse problema há muito tempo e leva essa responsabilidade a sério".
 Mas ele afirmou também que o tema é "complexo, tecnicamente e 
filosoficamente", já que o Facebook não quer desestimular o 
compartilhamento de opiniões ou tornar-se "árbitro da verdade".
Propostas
 O CEO disse ainda que a empresa desenvolve sete propostas para combater a desinformação de maneira mais eficiente:
- Desenvolver sistemas técnicos mais eficientes, para detectar o que as pessoas irão denunciar como falso antes que elas façam isso;
- Tornar mais fácil o processo de denúncia reportagens falsas;
- Fazer parcerias com organizações de checagem de fatos;
- Rotular os links que foram denunciados como notícia falsa e mostrar avisos quando as pessoas lerem ou compartilharem estes links;
- Aumentar a exigência de qualidade para os links que aparecem como "relacionados" na linha do tempo;
- Dificultar o lucro dos sites de notícias falsas com anúncios;
- Trabalhar com jornalistas para aprender métodos de checagem de fatos.
 "Algumas dessas ideias irão funcionar e outras não, mas quero que vocês
 saibam que sempre levamos isso a sério, entendemos a importância deste 
assunto para nossa comunidade e estamos determinados a resolver isso", 
afirmou o empresário.
 A controvérsia mostra que, com mais poder, empresas como o Facebook 
terão suas práticas cada vez mais questionadas, diz o analista de 
tecnologia da BBC Dave Lee. E precisam saber responder a estes 
questionamentos.
 "Há um abismo de prestação de contas entre o que as empresas de 
tecnologia fazem e o que permitem que o público fique sabendo. Não dá 
mais para Zuckerberg negar um problema e esperar que as pessoas 
simplesmente acreditem na palavra dele", afirma.
 "As ambições globais de Zuckerberg dependerão da sua habilidade de ser 
um político astuto. A polêmica das notícias falsas foi um teste 
importante e ele não se saiu bem - arrastando o assunto por mais de uma 
semana."
Ideia 'maluca'
 Zuckerberg chegou a responder às acusações dizendo que a ideia de que 
notícias falsas na rede social teriam influenciado as eleições era "bem 
maluca" em uma conferência de tecnologia na Califórnia. E afirmou, em 
seu perfil, que 99% do conteúdo noticioso que circula no site é 
"autêntico".
 Na mensagem deste sábado, ele voltou a afirmar que "o percentual de desinformação é relativamente pequeno".
 Mas após suas declarações iniciais, o site
 
  Buzzfeed
 
 noticiou que funcionários do Facebook, insatisfeitos com a resposta do 
fundador da empresa, criaram uma força-tarefa informal para abordar o 
problema.
 O site também publicou um levantamento mostrando que notícias falsas 
tiveram maior engajamento (participação) no site do que as verdadeiras 
nos três meses anteriores à eleição.
 O número de sites de notícias falsas têm aumentado por causa dos lucros
 que podem ser obtidos com a venda de anúncios publicitários nestas 
páginas.
 Alguns passam do conteúdo humorístico e satírico para invenções mais 
elaboradas porque acreditam que este conteúdo tende a ser mais 
compartilhado nas redes sociais - o que, por sua vez, gera mais acesso 
ao site.
 Uma das reportagens mais compartilhadas no Facebook durante o período 
eleitoral americano, por exemplo, dizia que o papa Francisco declarou 
publicamente seu apoio a Donald Trump, algo que não ocorreu.
 Na última segunda-feira, o Google anunciou que faria mais para impedir 
que sites de notícias falsas ganhem dinheiro através de anúncios em seu 
buscador. Em seguida, o Facebook fez uma restrição semelhante ao uso de 
seu sistema de anúncios. 
Fonte: terra
 

 
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